Sobre lidar com gente folgada
- Carol Brazil

- 2 de out.
- 2 min de leitura
Reflexões sobre limites, valor pessoal e relações desequilibradas
Tem gente que não se constrange em deixar a nossa vida mais difícil para facilitar a própria. São aquelas pessoas que vivem pedindo favores, que se aproveitam da boa vontade alheia, que se instalam no conforto da sua gentileza como se esta fosse, na verdade, sua obrigação. E mais: podem até se sentir ofendidas se você disser “não”.
Mas aqui vai uma verdade difícil (e libertadora): a pessoa folgada, em geral, não te valoriza. E a solução não está em se doar ainda mais, mas em aprender a se proteger. É você quem precisa reconhecer o próprio valor. Porque quem se valoriza, se posiciona. Quem sabe o que merece, aprende a dizer “não”. Muitas vezes, o folgado não é maldoso — ele apenas age com base no que você permite. Ele ocupa o espaço que a sua passividade deixa em aberto. Se tudo está sempre à disposição, por que ele mudaria?
Alguns ainda tentam te colocar numa armadilha emocional:
“Como você é gente boa, tenho certeza de que pode me ajudar com isso…”
Mas lembre-se: não é ele quem define se você é ou não “gente boa”.
Sua bondade não depende de agradar todo mundo, nem de atender a todos os pedidos.
Você continua sendo uma pessoa boa mesmo quando diz “não”.
E sim, às vezes, você vai virar o vilão na história de quem só estava acostumado a tirar vantagem. Mas você só precisa ser o herói da sua própria história. E, mesmo que isso cause estranhamento no início, proteger seus limites é um gesto de respeito por si — e um convite para que o outro também aprenda a respeitá-los.
Nem sempre é confortável se impor. Mas se omitir custa muito mais caro. E não se trata de ser duro, impaciente ou agressivo. Trata-se apenas de não ceder mais do que pode, de não se oferecer inteiro para quem só te estende a mão quando quer tirar algo.
Nada nos deixa mais blindados contra os folgados do que identificar e sustentar nossos próprios limites e valores — dizendo “não” ou se impondo quando é preciso (mesmo que você precise devolver o desconforto que a pessoa folgada tentou jogar em você).
Autora: Carol Brazil
FOLHA DA CAPIVARA
Edição nº 24/3 Outubro de 2025
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