A culpa vem. E vai.
- Carol Brazil

- 16 de out.
- 2 min de leitura
Reflexões sobre escolhas difíceis, autovalor e o possível desconforto em se priorizar
Em certos momentos da vida, somos colocados diante de escolhas difíceis — e, às vezes, não importa o caminho escolhido: a culpa aparece.
Se você diz “sim”, sente que se traiu.
Se diz “não”, sente que traiu alguém.
Nem sempre há uma resposta fácil.
E, em algumas situações, não há sequer uma saída que nos deixe inteiramente em paz.
Para muitas pessoas (em especial aquelas que cresceram aprendendo a colocar o outro em primeiro lugar), priorizar-se pode soar como egoísmo; pode doer mais do que ceder.
Há quem sinta culpa por dizer “não” a certas pessoas, o medo por desapontar, por parecer frio, ingrato, diferente do que esperavam.
Mas há também outra culpa, mais sutil — aquela que mora dentro de quem aceita o que não quer, só para agradar quem talvez nem perceba o sacrifício feito.
Entre essas duas culpas, existe uma diferença importante:
Uma nasce do medo de não corresponder.
A outra nasce da dor de se abandonar.
E, se for mesmo para sentir culpa, talvez valha mais enfrentar aquela que vem de ter escolhido a si mesmo — e que costuma ser transitória. Porque essa, com o tempo, pode se transformar. Pode dar lugar à clareza, à paz, à autoestima.
A outra, não: costuma virar ressentimento, acúmulo, frustração. Escolher-se não é fácil para todo mundo. E, se for o seu caso, está tudo bem se ainda doer um pouco. Estar em paz com quem somos também é um processo — e, às vezes, a coragem vem depois da decisão, não antes.
Não se trata de desrespeitar ninguém. Trata-se apenas de não se desrespeitar mais. E de entender que algumas culpas são passageiras, mas que o preço de se trair costuma ser alto demais.
Então, da próxima vez que a culpa bater à porta, escute. Mas escute também a sua verdade, os seus limites, o que sua integridade pede em silêncio. A culpa pode vir. E ir...
Com autoconhecimento e respeito por si, ela também passa. E, no lugar dela, nasce algo mais firme: a sensação de estar onde se deve estar. Mesmo que nem todos compreendam. Autora: Carol Brazil
FOLHA DA CAPIVARA
Edição nº 26/3 Outubro de 2025 Esta folha é uma iniciativa independente, sem vínculos comerciais, religiosos ou políticos.
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