Em que terreno nasce a flor do seu desejo?

Reflexões sobre vontade, raízes e escolhas mais conscientes Muita gente fala em correr atrás dos próprios sonhos. Mas talvez a pergunta mais importante não seja “o que você quer?”, e sim: em que terreno essa vontade está plantada?

Desejar é humano. Mas nem todo desejo é viável — pelo menos não do jeito que foi idealizado. Alguns sonhos exigem recursos que a gente ainda não tem. Outros florescem melhor com o tempo. Há também os que ainda precisam ser replantados em solo mais seguro para crescerem com força.

Nem todo solo acolhe tudo. Você pode querer uma coisa com todo o coração — mas talvez, agora, o seu solo esteja mais propício a outro tipo de cultivo.

Não é abandonar o desejo. É entender que até o querer precisa de contexto.

Em vez de se cobrar tanto por não conseguir realizar tudo o que deseja, talvez valha mais a pena olhar para as condições do seu terreno atual:

O que é possível plantar aqui?

O que precisa ser adubado?

Que cuidados seu solo está pedindo?

Desejar é bonito. Mas é o cuidado com o chão onde a gente pisa que permite que algo floresça. Todo mundo deseja alguma coisa. Alguns querem amor. Outros, sucesso. Outros ainda, descanso, dinheiro, liberdade, cura.

De onde vem a flor do seu desejo?

Nem toda flor nasce num solo fértil. Tem desejo que brota da comparação, da inveja, da pressa. Tem vontade que nasce do medo de ficar para trás — ou da necessidade de provar algo a alguém.

E tem também o desejo que vem do silêncio, do autoconhecimento, da coragem de se escutar.

Às vezes, a gente persegue algo por tanto tempo que esquece de perguntar:

Isso ainda faz sentido pra mim?

Ou só virou um hábito de querer?

Desejos não são todos iguais. Alguns nos adoecem. Outros nos transformam. Por isso, vale olhar com carinho para o terreno de onde nascem suas vontades.

Desejar é natural. Mas desejar com lucidez é um exercício. Requer pausa, escuta e coragem para revisar o que você está tentando cultivar.

Porque o que você planta no chão da sua vida pode florescer — mas também pode secar, sufocar ou invadir tudo ao redor. 

Afinal, o desejo é semente — mas quem cuida do solo é você. Autora: Carol Brazil

---

FOLHA DA CAPIVARA

Edição nº 25/3 Outubro de 2025 Esta folha é uma iniciativa independente, sem vínculos comerciais, religiosos ou políticos.

Se essa mensagem te tocou, que tal repassar ou conversar sobre ela com alguém?

Para comentários, sugestões ou contato: capivara@carolbrazil.com