Basta mudar de lugar?

Algumas diferenças pedem escuta, não apenas ângulo.

Imagine dois olhares sobre o mesmo número no chão. Um diz “6”, o outro diz “9”. E ambos parecem ter razão — a depender da posição de onde observam.

Essa imagem é conhecida porque ensina algo importante: a perspectiva importa.

E muitas vezes, ampliar o olhar já basta para evitar um conflito.

Mas nem tudo se resolve só com mudança de ângulo.

Às vezes, a diferença não está apenas no que se vê, mas no que se vive.

Está nas histórias, nos contextos, nos impactos que uma mesma situação pode ter em pessoas distintas.

Nessas horas, não adianta apenas mudar de lugar.

É preciso escutar, perguntar, dialogar — com interesse verdadeiro.

Porque nem toda discordância é apenas ótica. Às vezes, é ética.

Conviver não é pensar igual.

É saber diferenciar o que pode ser visto de outro jeito do que precisa ser olhado com mais profundidade.

Ver o 6 e o 9 é só o começo.

O resto depende de quem somos —

e de quanto estamos dispostos a enxergar o outro com gentileza.

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Edição nº 04/3 - Julho de 2025

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