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A Ratoeira na Fazenda

Atualizado: 23 de jul.

Na mesma casa, na mesma rua, na mesma vida — estamos mais conectados do que parece.


Um rato, olhando curioso pelo buraco na parede, viu o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote.

Para seu espanto, era uma ratoeira. O coração do rato disparou.

Imediatamente, ele correu até o pátio da fazenda para avisar os outros animais:


— Tem uma ratoeira na casa! É sério! Está dentro da cozinha!


A galinha cacarejou, enquanto ciscava o chão:

— Ora, rato… sinto muito por você. Mas isso não tem nada a ver comigo.

O porco, deitado à sombra, resmungou:

— Que chato, viu. Mas não posso fazer nada. Boa sorte aí.



O rato voltou para sua toca, cabisbaixo.

Sentia-se sozinho, incompreendido… e com medo.

Naquela noite, quando tudo parecia calmo, ouviu-se o som seco da ratoeira disparando.


Mas quem havia sido apanhada era uma cobra, presa pelo rabo.

Furiosa, ela conseguiu se soltar e mordeu a esposa do fazendeiro.

O veneno a deixou gravemente doente.

Para ajudá-la, o fazendeiro preparou caldo de galinha.

Com a piora do estado da esposa, os vizinhos começaram a aparecer para ajudar.

Era preciso alimentá-los — então o fazendeiro abateu o porco.

Alguns dias depois, a mulher não resistiu e faleceu.

Vieram parentes de longe, muita gente para o velório.

E assim, o fazendeiro sacrificou a vaca para preparar a refeição da despedida.


O rato observava tudo, calado, do mesmo buraco na parede onde tinha começado.


A ratoeira não era “apenas dele”. Quando há uma ratoeira na casa, o problema é de todos. Ignorar o sofrimento do outro pode custar caro — mesmo para quem acha que está seguro.

(Fábula de origem popular – autoria desconhecida)


_______________________________________________________________________________________________ Edição nº 01/2 - Junho de 2025

Esta folha é uma iniciativa independente, sem vínculos comerciais, religiosos ou políticos.

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Para comentários, sugestões ou contato: capivaraescritora@gmail.com

 
 
 

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