A difícil escolha de se manter fiel a si
- Carol Brazil

- 12 de set.
- 2 min de leitura
Atualizado: 24 de set.
Reflexões sobre amor, identidade e limites invisíveis
Em geral, cada um de nós construiu — ou tenta (re)construir — sua identidade com base em certos princípios e valores inegociáveis. Coisas que aprendemos ao longo da vida. Coisas que, quando feridas ou ameaçadas, nos fazem estremecer por dentro.
Mas há momentos em que a vida coloca esses princípios à prova. E o que parece ser uma questão simples se torna uma encruzilhada emocional.
Nem toda escolha é fácil. Sobretudo quando o amor por alguém entra em conflito com o que, lá no fundo, você sabe que precisa proteger em si.
É nesses momentos que a gente entende o peso real do amor-próprio.
Muita gente cresceu ouvindo que amar é ceder. Que amar é se sacrificar.
Mas talvez ninguém tenha nos dito que, às vezes, ceder demais é um jeito de se perder de si — de se desidentificar, se despersonalizar, de nem lembrar mais quem se é.
Porque sim: existe um ponto em que ceder deixa de ser generosidade e passa a ser abandono de si. E se trair não é o jeito certo de amar ninguém — nem o outro, nem a si mesmo.
Escolher a si diante de uma situação difícil não é frieza nem egoísmo. É um gesto de autorrespeito. Uma forma de proteger aquilo que te sustenta por dentro: sua coerência, seus limites, sua lucidez.
E sim… é difícil.
Dizer “não” para uma pessoa qualquer pode ser mais fácil... Mas dizer “não” para alguém que você ama muito — sabendo que dizer “sim” seria se trair — talvez seja uma das tarefas mais duras da vida adulta.
É natural sentir dor ao frustrar alguém querido. Mas há dores que curam. E a gente não ama menos alguém por negar a sua vontade para proteger os próprios limites.
Proteger seu amor-próprio nunca será egoísmo. É só a base para qualquer outro amor que se queira realmente saudável.
Então, se um dia você estiver diante de uma dessas escolhas difíceis… respire. Sinta. Reflita. E, se puder, lembre-se: ficar ao seu lado — mesmo tremendo — ainda é melhor do que se abandonar em nome de alguém (por mais que você ame essa pessoa). Autora: Carol Brazil
FOLHA DA CAPIVARA
Edição nº 22/3 Setembro de 2025
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